@solangepalma
Poderosas e Empoderadas
Se hoje em dia a discussão em torno do empoderamento feminino está em alta, imagine há 50 anos atrás.
Na década de 60 mulheres marcaram época com frases que deram o que falar. “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher” afirmava a escritora francesa Simone de Beauvoir. Marilyn Monroe fazia sucesso e bradava “mulheres comportadas raramente fazem história”.
Aqui no Brasil, mulheres como Leila Diniz também não ficavam atrás com atitudes e frases que marcaram história, como: “Na minha cama deita quem eu quiser”.
Wanderléa foi o símbolo de vanguarda. Longos cabelos loiros impecavelmente tratados, mini sais e botas de cano alto. Preenchia o palco movimentando-se para todos os lados, enquanto o padrão da época era cantar parado em frente ao microfone.
Primeira mulher a posar nua grávida para uma foto e pioneira no uso das minissaias e do silicone, contribuiu para os direitos e a liberdade das mulheres de sua geração.
Wanderléa agora retorna aos palcos protagonizando a si mesma em um musical.
Simultaneamente temos Vera Fischer que também retorna, depois de um período ausente, para mostrar, mais uma vez como é dar volta por cima e superar a si mesma.
Falamos o tempo todo de poder, de empoderamento e isto não pode ser comparado com autoridade, estamos falando de conhecimento e reconhecimento do nosso poder de participação social. Da busca de direitos, da participação de decisões na sociedade.
Ao ver estas mulheres maravilhosas, ícones de uma época, devemos nos atentar que o fato de se sobressaírem nos dias de hoje decorre de um movimento iniciado há 50 anos e que cada uma delas tem sua participação e seu mérito.
Mais do que simples plateia, devemos ser admiradoras, prestigiadoras e respeitadoras desta geração e sermos incentivadoras da nossa.
Mudanças culturais acontecem lentamente, sem que sejam percebidas no dia a dia. Mudam-se hábitos e depois comportamentos. Quando nos damos conta achamos que foi um de repente.
Os dois espetáculos em cartaz nos remetem a pensamentos sobre estas mulheres que poderiam ter sido “apenas” belos rostos e pernas, mas decidiram traçar um destino mais poderoso e não deixaram que nem o tempo, o preconceito ou as adversidades a
fizessem desistir de seu objetivo comum e maior. O de serem mulheres que atuam em suas próprias vidas.
Ela é o Cara – teatro Vera Fischer 60! Década de Arromba – musical Wanderléa
